quarta-feira, 24 de agosto de 2011

“O computador é um sugador”, diz Gonçalo Tavares

Foto: Guilherme Benck

O premiado escritor português Gonçalo Tavares, elogiado até por Saramago, falou sobre o processo de criação de suas obras durante a coletiva de imprensa. Ele deu detalhes sobre o livro “Uma viagem à Índia” e falou do respeito ao leitor.

Falando sobre o processo de criação, Tavares afirmou que tenta concentrar-se ao máximo. "Às vezes levo quatro horas para escrever 15 páginas e um mês para transformar essas 15 páginas em quatro. É preciso muito tempo para fazer as coisas curtas". Para ele, o respeito ao leitor deve nortear o trabalho. "Se posso dizer a mensagem em sete palavras, por que dizer em 10? Quando explicamos muito, nada fica para o leitor, que também é um emissor e precisa de espaço."

Sobre a relação que tem com a internet, o computador na hora de escrever, foi enfático: "O computador é um sugador, ele nos apira. A internet é um exemplo de não concentração. Isso não é para mim potencialmente criativo".

O texto final de uma obra só acontece depois de 3 a 4 anos após tê-la escrito. "Escrevo, esqueço do livro e após alguns anos olho para ele criticamente, com o olhar do leitor." Lembrou que "Uma viagem à Índia" foi escrito em 2003 e publicado em 2010.

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